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Mais Médicos chega às populações ribeirinhas da Ilha de Marajó (PA)

Sete profissionais cubanos do Programa Mais Médicos atendem em Portel, cidade com 58 mil habitantes a sudoeste da Ilha de Marajó, onde se chega, a partir de Belém, após 14 horas de barco pelo Rio Pará.

Alguns dos profissionais atendem em postos de saúde na cidade, e outros, como o médico Raul Leocadio Ramirez Rua, em unidades móveis, principalmente fluviais, para atender a população que mora nas margens dos rios.

Há dois anos e meio no Brasil, Raul conta que, desde que chegou ao país, foi selecionado para atender apenas a população rural, e, no caso da Ilha de Marajó, a população ribeirinha: “Este município tem mais rios do que todo o território de Cuba. Há rios enormes, e baías que, dependendo da maré, não se pode atravessar nem de barco, por conta das ondulações. Dependendo da extensão do rio e da população, nós passamos dez, doze ou quatorze dias navegando e consultando os pacientes ribeirinhos em pontos de atendimento nas margens”.

Benedita Balheira Correia, 57 anos, trabalha na roça e é analfabeta. Ela foi atendida por Raul na unidade fluvial, o barco chamado Madonna del Soccorro: “Eu vim doente, fui atendida, ele me atendeu bem. Eu entendi tudo direitinho. Estou feliz porque saí com a minha receita, agora eu vou na farmácia e vou ficar boa, não é?”, sorri.

Portel fica a 48 km ao sul de Breves, que, com 98 mil habitantes, é considerada uma das maiores e principais cidades da Ilha de Marajó. O município recebeu 8 médicos cubanos do Programa Mais Médicos.  A secretária municipal de Saúde de Breves, Jucineide Alves Barbosa, destacou que a permanência dos médicos na região sempre foi difícil. Com a chegada dos participantes do Mais Médico, no entanto, o cenário mudou: “Os médicos trouxeram avanço, melhoria do acesso à saúde para a população, e a certeza de que as pessoas vão procurar o serviço e vão encontrar um médico para atendê-las”, disse, destacando ainda o apoio dos profissionais no combate de doenças endêmicas na região, como a hanseníase.

Segundo o Ministério da Saúde, 25 mil novos casos da doença foram diagnosticados no Brasil em 2014.  “Quando nós avaliamos os indicadores, vemos que as consultas de pré-natal aumentaram muito, que aumentou a cobertura dos exames de prevenção de câncer de colo de útero e que diminuiu a mortalidade infantil, além das consultas em geral. Então a gente torce muito para que o Programa siga adiante, para que a gente possa continuar avançando na saúde da população aqui em Breves”, concluiu.

 

Fonte: OPAS