Mato Grosso do Sul

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Comunidades VER-SUS Mato Grosso do Sul

Portfólio final VER-SUS

Nadia Cristina Bortoleto da Silva 19/03/2018 23:45
Relato Final

PRIMEIRO DIA DE VIVÊNCIA

Em se tratando de um primeiro dia gostaria de defini-lo como surpreendente. A vivência VERSUS me surpreendeu positivamente pela empolgação dos viventes e pelo conhecimento que os viventes têm sobre o Sistema Único de Saúde. Acredito que são futuros profissionais envolvidos com o SUS e que colocarão em prática os princípios e diretrizes do SUS.

O dia foi bastante produtivo, com recepção, acomodação nos quartos e passeio na Lagoa Maior de Três Lagoas com dinâmica. Esta foi de apresentação e de criar história coletiva. Na história, tivemos como enredo a criação do SUS e, por isso, foi possível perceber os conhecimentos dos viventes sobre o SUS.


SEGUNDO DIA DE VIVÊNCIA

Com o término do segundo dia da vivência, vejo viventes mais engajados e ansiosos para irem em campo durante a semana. Como facilitadora, estou ansiosa para dividir experiências com os viventes.

Em se tratando da rotina de hoje, houveram discussões sobre educação em saúde e sobre toda a história da saúde pública no Brasil. Todos os viventes e facilitadores se expressaram e a conclusão final do dia é que nós como futuros profissionais precisamos lutar pelo SUS, que é uma grande conquista popular que tem muito a crescer no nosso país.

TERCEIRO DIA DE VIVÊNCIA

Iniciamos o encontro com a professora Renilda que nos proporcionou uma dinâmica de acolhimento, que nos fez perceber as diferenças de expressões dos outros viventes, fazendo que começássemos a observar mais as pessoas. Após a dinâmica a professora nos separou em dois grupos para elencarmos palavras que definissem o controle social, em grupo discutimos sobre o assunto. Foi uma proposta de atividade interessante, conseguimos entender a importância do controle social e o que abrange e como ele pode ser entendido, ou seja, envolve a participação do cidadão na gestão pública com a ajuda da fiscalização, do monitoramento e controle das ações e da Administração Pública.

No período da tarde, todos os viventes, facilitadoras, professora Renilda e enfermeira Beatriz fomos visitar as unidades básicas de saúde. Visitamos as ESFs Vila Haro, Maristela e Santo André. As enfermeiras responsáveis por cada unidade esclareceram dúvidas dos viventes, mostraram as estruturas das unidades e falaram um pouco sobre a rotina e área de abrangência.

Por fim, no período noturno ocorreu a visita à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Lá, as enfermeiras Isabela, Michele e Patrícia apresentaram toda a estrutura e explicaram um pouco da rotina da unidade. Estavam presentes os viventes, facilitadoras e professora Renilda.

QUARTO DIA DE VIVÊNCIA

No quarto dia de vivência, pela manhã viventes e facilitadoras foram encaminhados às unidades básicas de saúde. Eu e duas viventes, fomos à ESF Vila Haro. Lá, chegamos, cumprimentamos os profissionais e usuários e fomos conversar com os pacientes. Estes deixaram claro que são muito satisfeitos com a unidade, ressaltaram o sentimento de acolhimento por parte de todos os profissionais e se demonstraram satisfeitos de uma forma geral. Em contrapartida, os pacientes relataram a necessidade da implantação da farmácia na unidade uma vez que para a retirada de medicamentos precisam se deslocar para outras unidades. Fizemos visitas com a ACS Cida que demonstrou muito comprometimento com seu trabalho, ela foi a unica agente de saúde que deixou nos acompanharmos sua rotina.

Ficamos felizes com o trabalho que ela desempenha e surpresos com os agentes por percebermos um certo receio em acompanhar nas visitas.

No período vespertino, as atividades foram realizadas no campus da UFMS com a vista dos profissionais da Vigilância Epidemiológica e Sanitária. Eles apresentaram a realidade em Três Lagoas e esclareceram dúvidas. Ademais, pudemos contar com a presença da enfermeira Beatriz e da professora Renilda.

No período noturno, por fim, as professoras Ilda, Ani e Renilda fizeram dinâmicas com os participantes para a apresentação do Programa Nacional de Práticas Integrativas e Comunitárias. Essas atividades foram de grande valia para demonstrar que o processo de cuidado pode ser realizado a partir de diferentes vertentes, que são complementares e não hierárquicas.

QUINTO DIA DE VIVÊNCIA

No período da tarde, todos os viventes, facilitadoras e professoras Ilda e Renilda foram visitar o Hospital Auxiliadora da cidade, o qual atende Três Lagoas e todas as cidades vizinhas do bolsão sul mato-grossense. Os funcionários do hospital pareceram bastante humanizados e um fato importante é que este estabelecimento se encontra em reformas de várias alas.

As alas ainda sem reforma apresentam algumas falhas de estrutura, porém ficou explícito que os profissionais tentam compensar essa falta com um tratamento humanizado, como deve ser, principalmente na ala da obstetrícia.

Para terminar o dia, durante a noite, viventes, facilitadoras e professoras Renilda e Jomara fizeram uma visita à feira livre da cidade para que os acadêmicos.

SEXTO DIA DE VIVÊNCIA

Á tarde fomos com a professora Ani nos levou até o CAPS AD e CAPS II que são instituições totalmente financiadas pelo SUS, que são destinadas a acolher pacientes com transtornos mentais e pacientes viciados em drogas e/ou álcool. Na unidade é estimulado a sua integração social e familiar, são apoiados em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecendo-lhes atendimento médico e psicossocial. A assistente social Tania abriu as portas do CAPS AD, para nos contar sobre o trabalho deles com esses pacientes, foi explicado um pouco sobre os principais tipos de recaídas. O CAPS AD trabalha com pacientes intensivos (os que vão toda semana, se alimentam lá e tomam sua medicação e participam das oficinas), semi-intensivos (os que vão de 1 a 4 vezes por semana) e não intensivos (que estão estáveis e realizam apenas um acompanhamento). No CAPS II conversamos com a Patrícia que nos mostrou as salas da unidade e explicou como eles realizam o acolhimento dos pacientes que precisam de um tratamento mental. O lugar é acolhedor, oferece oficinas, cuidam daqueles que precisam de banho, alimentação e receber as medicações necessárias. Com uma equipe multiprofissional eles atendem cerca de 18 pacientes por dia. Para finalizar nossa tarde, a professora Aní especialista em saúde mental, passou um filme: Nice – O coração da loucura. O filme retrata o método antigo de tratamento dos pacientes com esquizofrenia, eram tratados semelhantemente como bichos pelos enfermeiros e médicos. Os profissionais não eram treinados para trabalhar com a saúde mental e era muito difícil interferir para melhorar isso. Quando a psiquiatra Nice chega ao hospital os outros médicos tem uma certa resistência contra ela, pois ela não queria aceitar os métodos deles de trabalho. Como o filme podemos refletir sobre como queremos ser quando profissionais, aquele que só atende o paciente sem dar todas as informações ou sem dar um atendimento acolhedor e amoroso? Ou queremos ser aquele profissional humanista que atende o paciente da melhor forma possível e que importa com ele?. Esse filme foi sensacional, pode-se discutir muito sobre ele e relacionar com os dias atuais, com os problemas que enfrentamos e profissionais que temos no mercado hoje.

SÉTIMO DIA DE VIVÊNCIA

O sétimo dia aconteceu no campus da UFMS onde estava presente viventes, facilitadoras e comissão organizadora. Todos fizeram uma auto avaliação e puderam contar suas impressões da semana intensa que foi vivida.

Foi um momento de muita emoção,ficamos muito felizes e grata por todo o momento da vivência.

Como facilitadora me senti frustada, porque acho que não fui o que deveria ser. Fiquei um pouco perdida e isso me  atrapalhou. Mas foi uma experiência maravilhosa, aprendemos muito sobre o SUS e vimos que precisamos vestir a camisa do SUS para uma saúde de qualidade.


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