Educação Permanente
Autores:
Alcindo Antônio Ferla (UFRGS), Estevão Toffoli Rodrigues (SESAB), Humberto Torreão Herrera (SES/SE), Liliana Santos (UFBA), Lúcia Inês Schaedler (UFRGS), Luiz Fernando Silva Bilibio (UFRGS), Ricardo Burg Ceccim (UFRGS), Vanderléia L. P. Daron (GHC)
Tema:
5. Gestão do Trabalho e Educação Permanente
Resumo:
A regionalização da saúde é objeto de políticas nacionais desde os primórdios do século XX, sendo a descentralização do sistema de saúde um tema relevante desde o início da década de 1960. Entretanto, as principais políticas de regionalização desenvolvidas no âmbito do sistema de saúde brasileiro têm trabalhado preponderantemente o eixo técnico-administrativo, pautando-se pelo propósito de induzir a organização formal de certo padrão regional de serviços, e secundarizado o eixo político, relativo às relações entre os atores. Evidencia-se, assim, a necessidade de produzir novas tecnologias para a gestão e novas capacidades institucionais locorregionais, a partir do desenvolvimento da criatividade, do compromisso político e a capacidade gerencial dos atores individuais e coletivos que coordenam sistemas de saúde. A experiência em questão relata uma das estratégias adotadas: a educação permanente em saúde para a regionalização e seus diferentes produtos formativos. A inicia tiva se materializou em um processo de formação com três cursos de especialização, que mobilizam algo em torno de 250 participantes, além de atividades de aperfeiçoamento e atualização no âmbito locorregional. Os cursos que compõem o programa de formação em gestão regionalizada têm se configurado em um dispositivo disparador de processos regionalizados da gestão do sistema estadual de saúde, servindo como estratégia de produção de inteligência sobre o SUS na Bahia, a partir de uma proposta desenhada coletivamente, buscando a produção de conhecimento in loco com e sobre a gestão estadual do sistema. A forte presença da gestão estadual na docência do curso tem proporcionado uma cartografia e auto-análise da gestão capaz de produzir conhecimentos que, ao se mesclar com as questões locais, tem viabilizado que os diferentes quotidianos estejam implicados em todo o tempo da aprendizagem, com a produção de uma nova inteligência de gestão e, assim, de novos atos regionalizados da condução do sistema. Dessa forma, avalia-se como positiva a recomendação da integração das diversas dimensões da educação permanente em saúde no encontro com a regionalização, absorvendo as diretrizes do SUS, como a descentralização do sistema e a construção de capacidades no âmbito locorregional, de forma a viabilizar a construção contínua de tecnologias de gestão e organização da atenção que tenham capacidade de utilizar o melhor das condições disponíveis em cada localidade e sua superação contínua.