Linha de Cuidado Mãe-Bebê
Autores:
Alcindo Antônio Ferla (UFRGS), Margarete Isoton De David (UCS), Maria Salete Bertotto (UCS), Maria Berra de Mello (UCS), Nilva Lucia Rech Stedile (UCS), Elisabete Bertele (UCS)
Tema:
16. Saúde Suplementar
Resumo:
Introdução: Estudos sobre a integralidade em saúde, já freqüentes no componente público do sistema nacional de saúde, ainda são escassos na Saúde Suplementar, que compreende os planos e seguros privados. Especificamente em relação ao ciclo mãe-bebê, estudos anteriores evidenciam a importância de análises em maior profundidade para identificar mudanças na modelagem tecnoassistencial e na incorporação de novas tecnologias para o cuidado de indivíduos e grupos.
Objetivos: Este trabalho tem o objetivo de identificar e analisar eventos significativos de políticas de cuidado nas trajetórias assistenciais no ciclo mãe-bebê. Ele compõe projeto maior que pretende analisar tecnologias de cuidado utilizadas no âmbito da Saúde Suplementar nas Regiões Sul e Norte do Brasil.
Método: O trabalho tem abordagem qualitativa e incluiu entrevista com roteiro orientador com usuários de serviços de saúde e o seu tratamento com técnicas de análise de conteúdo, construindo categorias teóricas e empíricas analisadoras das políticas de cuidado.
Resultados: Os dados coletados e tratados até o presente momento permitiram construir três eixos de análise: acesso, vínculo e natureza das ofertas. Em relação ao primeiro eixo, as categorias de análise evidenciam uma percepção de diferenças na disponibilidade de ações nos subsistemas público e privado, com uma vantagem para a oferta de cuidado no primeiro e acessibilidade a procedimentos no segundo. Em relação ao vínculo, há diferenças em relação à possibilidade de fixação a um profissional, constatação predominante no componente privado, e a uma equipe, sensação existente em alguns atendimentos localizados no sistema público. Em relação ao terceiro eixo, as evidências apontam para uma constatação de assistência ainda embasada em procedimentos biomédicos, predominante na atenção ofertada em ambos os componentes, mas com opiniões marcando a emergência de um cuidado mais integral, com ofertas mais diversificadas e indicativas de linhas de cuidado, em situações pontualmente associadas ao componente público.
Conclusão: Os dados até agora analisados permitem identificar mudanças percebidas pelos usuários em relação à incorporação de tecnologias de linhas de cuidado no sistema de saúde, com predomínio para o componente público do sistema de saúde. Essas percepções vão ao encontro das políticas de regulação adotadas para ambos os componentes. O desenho do mix público e privado demonstrou ser um potente analisador dessas políticas.